O dispositivo escolar republicano na paisagem das cidades brasileiras: enunciados, visibilidades, subjetividades
por Maria do Rosário GREGOLIN
Universidade Estadual Paulista (UNESP) /CNPQ
RESUMO:
Universidade Estadual Paulista (UNESP) /CNPQ
Aula de leitura da ala masculina. Álbum de Photographias da Escola Normal e
Annexas de São Paulo – 1908. Fonte: Acervo da Escola Caetano de Campos/CRE
Mário Covas
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Nos primeiros anos da República brasileira, a paisagem das cidades foi alterada
pela instalação de prédios escolares suntuosos: inaugurava-se a rede de um dispositivo de saber
e de poder (FOUCAULT, 1999) que atendia às exigências históricas de construção da
identidade nacional, com base nos ideais positivistas de ordem, progresso, higiene, civilidade
etc. A instalação desse dispositivo coincidiu com o início da ampliação dos usos sociais da
fotografia no Brasil. Muitas instituições produziram suas imagens fotográficas e fixaram uma
memória iconográfica dos espaços escolares e das práticas discursivas desenvolvidas no interior
dessa rede de saber e de poder. O objetivo deste artigo é mobilizar o conceito foucaultiano de
dispositivo para analisar as curvas de visibilidade e de enunciabilidade, as linhas de força e os
jogos de subjetividades como elementos de constituição da escola republicana como um
dispositivo que atendeu às urgências políticas de um certo momento da construção identitária do
Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Foucault; dispositivo escolar; subjetivação; prática discursiva;
fotografia.